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Redação: A diferença entre Descrição, Narração e Dissertação.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Genericamente, dá-se o nome de redação a tudo que se escreve. Entretanto, os textos estão classificados em três tipos: os descritivos, os narrativos e os dissertativos. Conheça as características básicas de cada um deles.


A classificação dos textos de redação: descrição, narração e dissertação
by Roberto M.
A redação costuma ser a principal personagem da maioria dos concursos públicos e, também, dos vestibulares.
Além disso, redigir um texto de maneira competente é primordial para que se tenha sucesso na vida acadêmica e na vida profissional.
A comunicação escrita e formal estará sempre presente em todos os ramos de atividade.
Seja nos trabalhos escolares, nos relatórios técnicos ou até mesmo em um simples memorando.

Mas, existem várias formas de se fazer a composição de um texto. Às vezes, é necessário narrar um fato; outras vezes, é preciso descrever uma situação ou dissertar sobre algum problema.

Vamos ver, nesse artigo, a classificação dos tipos de redação e as diferenças existentes entre cada uma das formas de se compor um texto.

CLASSIFICAÇÃO DOS TEXTOS

1 – Descritivo
2 – Narrativo
3 – Dissertativo

TEXTOS DESCRITIVOS

A característica da descrição é a representação, por meio de palavras, de pessoas, objetos ou situações.
Descrever é criar, com palavras, a “imagem” do objeto descrito. É “pintar” uma cena utilizando palavras.

O texto descritivo vale-se de elementos concretos num determinado momento.
Os elementos são descritos como se estivessem estáticos e fossem simultâneos; como uma imagem congelada de um jogo: todos os elementos concretos estão no campo – jogadores, bola, juiz, traves, torcedores, etc.

Temos a impressão de tudo estar estático, isso se deve ao fato dos relatos serem simultâneos. Não há um relato anterior a outro.
As informações devem ser captadas simultaneamente como se estivéssemos observando um quadro num ponto estático do tempo.

Uma regra prática para identificar uma descrição: como não há relação de anterioridade e posterioridade entre os enunciados, é possível alterar a ordem das frases sem que ocorram mudanças significativas.
Os verbos encontram-se no pretérito imperfeito (chovia, faltava, devia), o que dá uma ideia de ação inacabada, estática no tempo.

Exemplo de texto descritivo:

“Um desses homens, gordo e baixo, deitado em uma rede no meio do alpendre, com as pernas cruzadas e os braços sobre o peito, soltava uma exclamação a cada novo estrago produzido pela tempestade.”
“Defronte dele, também apoiado sobre outra coluna, estava um frade carmelita, que acompanhava com um sorriso de satisfação íntima o progresso da borrasca; animava-lhe o rosto belo e de traços acentuados um raio de inteligência e uma expressão de energia que revelava seu caráter.”
José de Alencar em “O Guarani”

TEXTOS NARRATIVOS

Nas atividades diárias de comunicação, é comum uma pessoa pedir a outra que lhe faça um resumo de um filme, de um capítulo de novela ou de uma história qualquer que não pôde ouvir ou assistir.
A característica do texto narrativo é o relato uma história.

O bom narrador saberá resumir os fatos principais, dispondo-os numa linha de tempo, isto é, do início ao fim.
A narração conta as mudanças ocorridas progressivamente no tempo.
Tem base em elementos concretos, mas não estáticos no tempo; há relação de anterioridade e posterioridade.

Não é possível alterar a ordem dos enunciados sem comprometer o significado do texto.
Para distinguir entre narração e descrição, basta inverter a ordem dos enunciados; se houver mudança dos significados, é texto narrativo.
Os verbos são usados no pretérito perfeito (caiu, acenderam, foram), isso dá ideia de ação acabada, progressão temporal; há transformação, mudança.

Exemplo de texto narrativo:

“E, dizendo isso, lançou uma das mãos à orelha do aprendiz, que de súbito deu um grito e acudiu com as suas.”
“Ora, essas mãos se encontraram e nesse ensejo os dedos da bela mestra foram docemente apertados pela mão do aprendiz. Novo fogo de olhares; que aproveitável lição!...”
“A lição se prolongou até o meio-dia e mais de mil vezes se repetiu a mesma cena do encontro das mãos;”
Joaquim Manuel de Macedo em “A Moreninha”

TEXTOS DISSERTATIVOS

Na vida diária, é comum entrar em discussões, polemizar, impor pontos de vista.
Para fazer isso, é necessário saber articular os argumentos, ser capaz de filtrar uma ideia em particular, dentro de um universo de pensamentos, para defendê-la com competência, de acordo com o posicionamento escolhido.

Dissertação é um tipo de discurso em que o autor delimita um tema (ideia básica) dentro de um assunto (questão ampla) para defender seu ponto de vista, apoiando-se em dados convincentes.
No texto dissertativo, o autor se coloca criticamente, fundamentando suas ideias, explicitando os motivos pelos quais questionou determinados aspectos do assunto geral, para atingir seus objetivos, ou seja, tornar válido o seu ponto de vista.

A dissertação expressa um conceito geral sobre uma realidade concreta; é uma interpretação genérica da realidade, com opiniões explícitas através de conceitos abstratos; diferente da narração e descrição, cuja característica é apresentar objeto particularizado e elementos concretos.
Não há progressão temporal, mas progressão lógica dos enunciados, cada ideia do texto deve ser semanticamente compatível com a anterior.

Toda dissertação pode merecer uma contestação, mas a dissertação deve passar a ideia de verdade absoluta, ou seja, não deve parecer uma mera concepção do autor.
É por isso que se devem evitar os pronomes de primeira pessoa, pois eles passam a impressão de visão particular e pessoal, não de verdade incontestável.

A construção desse tipo de texto é feita por progressão lógica, cada enunciado propõe um comentário sobre os fatos ou opiniões. Comentário é característico da dissertação.
A dissertação sempre envolve uma polêmica e é imprescindível que o enunciador tome uma posição e defenda uma tese.

Em princípio qualquer opinião é válida desde que tenha bom senso e razão, não ferindo princípios sociais. Um exemplo é não propor uma solução de assassinato em série de pessoas para resolver os problemas de superpopulação mundial.

Exemplo de texto dissertativo:

”A motivação muitas vezes é baseada em uma visão de esperança – no sucesso de nossos esforços e em um futuro melhor para nós mesmos. Em outras palavras, em como a vida poderia ser.”
“Quando acreditamos na possibilidade de momentos melhores, um futuro mais brilhante se descortina. Como gerente, seu trabalho mais importante é justamente levar esperança para as pessoas que trabalham com você. Não confiança pura e simples, mas um sentimento que mostre uma direção, credibilidade e um encorajamento genuíno.”
Anne Bruce em “Como motivar a sua equipe”

REDAÇÃO

Descrição, narração e dissertação são distintas, mas não há textos puros.
A descrição e a narração podem ser usadas como “recurso argumentativo” na dissertação, para servir de suporte.
A descrição pode se inserir na narração para caracterizar personagens e cenários e ambas podem aparecer na dissertação como argumentação.
Em geral, é o texto dissertativo que é pedido nos vestibulares e concursos. Raramente se pedem narrativos ou descritivos.

Os motivos são simples, é que narração e descrição são consagradas como textos do universo literário, sua produção exige habilidades que vão além do Ensino Médio, pode depender de algum dom, de alguma aptidão natural.
Os textos dissertativos não exigem talento artístico para serem escritos, é necessário, apenas, capacidade de reflexão sobre um assunto relevante, ou capacidade de defender uma opinião através de conceitos abstratos.

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