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Memórias Póstumas de Brás Cubas. Inaugurando o Realismo brasileiro.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Conheça o enredo e a descrição dos personagens do romance que deu início ao realismo brasileiro. Machado de Assis com seu clássico Memórias Póstumas de Brás Cubas.


Memórias Póstumas de Brás Cubas. Esse romance de Machado de Assis foi a primeira obra de uma escola literária chamada Realismo
by Roberto M.
Marco inicial do Realismo brasileiro, Memórias Póstumas de Brás Cubas introduz o romance psicológico na nossa literatura.
Através dessa obra, Joaquim Maria Machado de Assis apresenta, no romance de ficção, inovações quanto à estrutura, à temática e à linguagem.
É o primeiro romance em que o personagem não depende de estereótipos, nem da fixidez psicológica para sustentar-se na ficção. 

As descrições das sensações e dos estados de consciência são suficientes para veicular o movimento da psique humana.
Memórias Póstumas é uma obra onde o autor privilegia a sondagem do mundo obscuro dos personagens, da forma como sentem as situações em que vivem, em detrimento da influência da natureza e da vida social da época (Rio de Janeiro, Segundo Reinado). Assim, a narrativa tem poucas paisagens, mas é repleta de análises do interior dos personagens, enfatizando suas contradições e problemas existenciais.

Resumo

Vamos começar descrevendo os personagens:

- Brás Cubas: protagonista da história. É o primogênito e o mais querido filho de Bento Cubas. Foi muito mimado em sua infância. Quando adolescente, revela-se um jovem arrogante, espírito fraco e com tendências ao vício e às paixões. Na maturidade, a frouxidão de caráter não sustenta suas lutas políticas e nem a rivalidade amorosa. Nasceu em 20/10/1805 e morreu aos 64 anos de idade sem conseguir o que planejara durante a vida. Depois de morto, resolve descrever suas memórias, onde mostra seu ceticismo e desencanto com o destino que a natureza traça para os homens.

- Virgília: co-protagonista. Filha do conselheiro Dutra, ex-noiva de Brás, casa-se com Lobo Neves para obter status social e já casada torna-se amante de seu ex-noivo.

- Sabina: irmã de Brás Cubas, casada com Cotrim.

- Cotrim: cunhado de Brás. Era um bom rapaz, amava a mulher e o filho que morreu cedo. Tinha um caráter honrado, mas era muito seco de maneiras, o que lhe trouxe alguns inimigos que chegavam a acusá-lo de bárbaro.

- Venância: sobrinha de Brás.

- Damião Cubas: Fundador da família. Era tanoeiro, fez-se lavrador e prosperou.

- Luis Cubas: filho de Damião, tataravô de Brás.

- Conselheiro Dutra: pai de Virgília. Tinha influência política

- Eugênia: filha de D. Eusébia. Moça morena de olhos pretos e coxa de nascença.

- Lobo Neves: homem de caráter medíocre, vence Brás nas eleições a deputado e ainda lhe rouba a noiva. Mais tarde, mesmo reconhecendo a traição de sua esposa, não reage, em nome da conservação da moral.

- Luis Dutra: primo de Virgília. É um poeta em cuja casa Brás reencontra sua ex-noiva e recomeça o antigo caso de amor.

- João: tio de Brás. Fanfarrão que vivia entretido com escravas.

- Ildefonso: tio cônego. Era austero e puro.

- Dona Emerenciana: tia materna. A pessoa que tinha mais autoridade sobre Brás.

- Prudêncio: moleque da casa. Submetia-se às maldades de Brás na infância.

- Dr. Vilaça: amigo da família. Homem casado que era amante de D. Eusébia, mãe de Eugênia.

- D. Eusébia: mãe de Eugênia.

- Bento: pai de Brás. Bom caráter, digno e leal. Permitia que Brás fizesse todo o tipo de mazela e má criação.

- Mãe: senhora fraca e piedosa. Morreu vitimada por um câncer no estômago.

- Quincas Borba: colega de escola de Brás. Será título de outro romance do autor.

- Marcela: dama espanhola, paixão de Brás na juventude. Seu romance com Brás durou o tempo de sua fortuna. Era apaixonada por um certo Xavier.

- Xavier: sujeito abastado e tísico. Presidia os banquetes noturnos nos Cajueiros.

- Viegas: parente de Virgília. Era um grande avaro.

- D. Plácida: Trabalhava como costureira de Virgília. Tornou-se a suposta dona da casa da Gamboa, protegendo os encontros de Brás e Virgília.

- Garcez: Velho cirurgião que vivia fazendo insinuações sobre o romance entre Virgília e Brás.

- Damasceno: concunhado de Cotrim.

- D. Eulália (Nhã-IoIó): filha de Damasceno e sobrinha de Cotrim. Nutria uma paixão por Brás. Morreu aos 19 anos, vitimada por febre amarela.

Agora vamos ao enredo:

A história é relatada por um “defunto-autor”. De forma digressiva, do fim para o começo, o romance apresenta a vida inútil e desperdiçada do anti-herói Brás Cubas.

Jovem de família abastada, aos 17 anos, é envolvido pela cortesã espanhola Marcela. Apaixonado, dá a ela presentes caríssimos. O pai se irrita com isso e o manda para Coimbra estudar Direito, mas o chama de volta, tempos depois, por ocasião da morte da mãe.

No Rio de Janeiro, namora Eugênia, filha de uma amiga da família, e leva uma vida sem grandes convicções até que, incentivado pelo pai, resolve candidatar-se a uma cadeira de deputado. Com isso arrebataria o coração de Virgília, com quem deveria realizar um casamento de conveniência. Mas, seus planos são atrapalhados por Lobo Neves, que além de ganhar a eleição lhe rouba a noiva.

O pai de Brás morre e começa o litígio entre ele e a irmã Sabina pela herança.
Nesse ínterim, Virgília começa a trair seu marido Lobo Neves com o ex-noivo Brás Cubas. Tudo sobre a guarda de D. Plácida, antiga criada.

Em meio a tudo isso, Brás reencontra Quincas Borba, colega de infância, que o introduz ao Humanitismo, doutrina filosófica criada por ele mesmo.

Virgília muda-se para o norte, acompanhando seu marido que fora nomeado presidente da província. Brás, então, namora Eulália, sobrinha de Cotrim, mas a garota morre aos 19 anos vitimada por febre amarela.

Mais tarde, já deputado, tenta eleger-se ministro de Estado. Derrotado, funda um jornal de oposição.
Começa a enfrentar uma sequência de perdas. Morrem D. Plácida, Marcela, Quincas Borba e Lobo Neves.

Reencontra Eugênia em um cortiço.
Adoece e morre aos 64 anos sem ter conseguido as coisas que almejara durante toda a sua vida.

Conclusão

Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis subverte o uso vulgar das narrativas românticas. Ao eleger um foco narrativo em 1ª pessoa, ele renega a onisciência do narrador em 3ª pessoa e deixa emergir a consciência de Brás Cubas, um indivíduo fraco, incoerente e absolutamente comum, que, para livrar-se do tédio do além-túmulo, decide tornar-se um defunto-autor e narrar suas memórias.
Bibliografia: Assis, Joaquim Maria Machado de - Memórias Póstumas de Brás Cubas - Editora Abril Cultural, 1978


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4 comentários:

  1. este tipo de literatura deveria ser mais valorizada no nosso país. A cerca de 10 anos atras meus professores obrigavam a gente ler estes livros. Hoje a minha irmã que está em fase escolar diz que as professoras falar pra pegar resumo na internet. Ela mesma diz que acha estranho, ja que numa outra escola em que ela estudou, alguns professores mandavam que lessem estes livros e nesta escola em que ela estuda atualmente é desta forma. Lamentável isso.

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  2. Isto é Brasil,suas verdadeiras e atuais historias,ainda continuam vivas e as cores.

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  3. fascinante história , essa de Machado de Assis , é magnifico leer o livre, assistir o filme melhor ainda , :)

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  4. Terminei há pouco tempo esse livro , é maravilhoso
    amanhã vou fazer uma prova , e seu resumo me ajudou bastante .
    bjks !!

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