AD Sense assíncrono

18 Maneiras diferentes de encarar a história de Chapeuzinho Vermelho.

terça-feira, 8 de março de 2011


by Roberto M.
Como dizia um grande filósofo: “Quem lê um só jornal, não lê nenhum”.
Expandindo um pouco mais esse pensamento, podemos dizer: “Quem vê, escuta ou lê uma determinada notícia, em um só lugar, acaba não ficando verdadeiramente informado de nada”.
Cada meio de comunicação, cada comunicador, dá a notícia à sua maneira; cada um dá uma interpretação particular ao fato que transmite.

Deve-se tomar muito cuidado quando se obtém uma informação. Dependendo da fonte, ela vem de uma maneira diferente.
Cabe à pessoa que escuta, lê ou vê a notícia, filtrar e interpretar as informações, para tentar chegar o mais perto possível do fato real.

Por isso, em minha opinião, é sempre bom checar as informações em mais de uma fonte, para assim, fazer as ilações necessárias e concluir a realidade dos fatos.
Outro dia, minha filha mandou-me um e-mail que achei muito bacana por retratar exatamente essa situação. Vou transcreve-lo aqui para ilustrar o meu comentário e mostrar, numa sátira bem humorada, que realmente existem tendências diferentes em cada órgão de comunicação.

Todo mundo conhece a história de Chapeuzinho Vermelho, uma menina que vai para a casa da vovozinha, é comida por um lobo e é salva por um caçador que a retira da barriga do animal após abate-lo.
Pois bem, vamos ver agora, como essa notícia seria dada pelos vários meios de comunicação existentes hoje no nosso “mundinho”.

1) O JORNAL NACIONAL daria a notícia assim:
(Willian Bonner): “Boa noite. Uma menina chegou a ser devorada por um Lobo na noite de ontem...”.
(Fátima Bernardes): ”... mas a atuação de um caçador evitou uma tragédia”.

2) No Programa da Hebe seria assim:
 (Hebe Camargo): “... que gracinha gente. Vocês não vão acreditar, mas essa menina linda aqui foi retirada viva da barriga de um lobo, não é mesmo?”.

3) No Programa Brasil Urgente:
 (Datena): “... onde é que a gente vai parar? Cadê as  Autoridades? Cadê as autoridades? ! A menina ia para a casa da vovozinha a pé!  Não tem transporte público! Não tem transporte público!  E foi devorada viva... Um lobo, um lobo safado. Põe na tela!!  Porque eu falo mesmo, não tenho medo de lobo, não tenho medo de lobo, não”.

4) Na Revista Veja sairia assim:
“Lula sabia das intenções do lobo.”

5) Na Revista CLÁUDIA:
 “Como chegar à casa da vovozinha sem se deixar enganar pelos lobos no Caminho”.

6) Na REVISTA NOVA:
 “Dez maneiras de levar um lobo à loucura na cama.”

7) No Jornal FOLHA DE S. PAULO:
Legenda da foto: “Chapeuzinho, à direita, aperta a mão de seu salvador”.
Na matéria: Box com um zoólogo explicando os hábitos dos lobos e um imenso infográfico mostrando como Chapeuzinho foi devorada e depois salva pelo caçador.

8) No Jornal O ESTADO DE SÃO PAULO:
 “Lobo que devorou Chapeuzinho seria filiado ao PT”.

9) No Jornal O GLOBO: 
“Petrobrás apóia ONG do caçador, ligado ao PT, que matou um lobo pra salvar menor de idade carente”.

10) Jornal ZERO HORA: 
“Avó de Chapeuzinho nasceu no RS”.

11) Jornal AGORA:
 “Sangue e tragédia na casa da vovó”.

12) Jornal SUPER NOTÍCIAS:
 “Lobo mastiga as tripas de chapeuzinho e caçador destrói tripas do lobo para retirar a garota”. No detalhe: foto da menina ao lado da barriga do lobo com as tripas pra fora.

13) REVISTA CARAS:
 (Ensaio fotográfico com Chapeuzinho, na semana seguinte)
 Na banheira de hidromassagem, Chapeuzinho fala a CARAS: “Até ser devorada, eu não dava valor para muitas coisas da  vida. Hoje sou outra pessoa”.

14) Revista PLAYBOY:
(Ensaio fotográfico no mês seguinte): “Veja o que só o lobo viu”.

15) REVISTA ISTO É: 
“Gravações revelam que lobo foi assessor de político influente”.

16) Revista G MAGAZINE :
(Ensaio fotográfico com o caçador): “Caçador mostra o machado”.

17) Revista SUPER INTERESSANTE: 
“Lobo mau! Mito ou verdade?”

18) DISCOVERY CHANNEL:
“Vamos determinar se é possível uma pessoa ser engolida viva e sobreviver.”
 
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3 comentários:

Se você tem uma história para contar, conte aqui. Se for divertida, não ofensiva nem agressiva poderá ser publicada. Mas se quiser apenas ler, fique à vontade!

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