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Duas Pessoas que se amam, não devem brigar e sair antes da reconciliação.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Essa crônica mostra uma filosofia de vida muito interessante para as pessoas que se amam: nunca sair brigado de casa, pois pode haver o risco de nunca mais haver a possibilidade da reconciliação.


A briga e a reconciliação.
by Telma M.
Tia Nenê era uma velhinha sábia.
Desde criança eu adorava aquela senhorinha de face enrugada, vestido estampadinho cobrindo a canela e coque nos cabelos.
Tia Nenê era a irmã mais nova de meu avô. Ela costumava passar alguns dias por ano na nossa casa. Sua doçura me encantava, ela passava horas me contando histórias de sua vida. Mas não eram apenas suas histórias que eu gostava de ouvir. Gostava, também de ouvir suas filosofias.

Foi ela quem me ensinou que não se deve brigar antes de sair de casa.
Ela dizia:Quem briga na hora de sair corre o risco de nunca mais ter a oportunidade de pedir desculpas e de se reconciliar”.
E lá vinham os exemplos e as histórias que eu nunca soube se eram verdadeiras ou se nasciam da enorme capacidade de tia Nenê fantasiar.

O que interessa, é que eu adotei essa filosofia em minha vida. Embora algumas vezes a vontade de brigar possa ser dominante, tenho tentado seguir os passos da tia Nenê e não brigar antes de sair de casa.

Numa dessas histórias ela contava sobre um casal que morava ao lado da casa dela. Eles se amavam muito, mas viviam discutindo. Eram daquele tipo de pessoas belicosas, que não conseguem viver sem uma encrenquinha.
Nas brigas as pessoas acabam falando coisas que nem sempre são verdades, às vezes se diz ofensas só para agredir.

Foi assim que a vizinha da tia Nenê ganhou um remorso para o resto da vida.
Aconteceu que o casal brigou logo pela manhã, durante o café, e eles ficaram sem se falar.
O homem saiu para o trabalho, para a colheita de café. Lá pelas onze horas sentou-se à sombra de uma árvore para almoçar.

Ele carregava um “embornal”, como era conhecido o saquinho de pano onde se colocava a marmita. Deixou o embornal ao lado do tronco de uma árvore enquanto trabalhava e sentou-se ali junto com os outros companheiros para almoçarem todos juntos.
Ao colocar a mão no embornal para pegar sua marmita, o homem foi picado por uma cascavel que ali se escondera.

Naquele tempo não havia hospitais de fácil acesso. Por volta de 1930 se houvesse um hospital na sua região era uma sorte extrema.
Os amigos até tentaram salvar o homem que havia recebido uma picada de um animal peçonhento. Dizem até que um deles fez um corte na mão do acidentado e tentou sugar o veneno, o que foi um terrível engano, visto que ele tinha muitas cáries e podia ter sido envenenado também.

Foram buscar o Dr. Ulisses, o médico da cidade, que veio a cavalo. Mas foi tudo em vão. O homem morreu em poucas horas.
Nunca mais a mulher se recuperou do remorso de ter brigado com o marido naquela manhã. Ele morreu antes de se reconciliarem.

Há muitas outras histórias que a tia Nenê me contava, algumas até bem gostosas de ouvir, outras muito dramáticas, como esta da briga antes de sair, mas qualquer dia eu conto outra...

O importante é nos lembrarmos de não brigar na saída. Pode brigar quando houver chance de reorganizar as coisas, mas nunca na saída, nem na hora de dormir!

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Um comentário:

Se você tem uma história para contar, conte aqui. Se for divertida, não ofensiva nem agressiva poderá ser publicada. Mas se quiser apenas ler, fique à vontade!

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